Aula 28-10-2011
História da Saúde Mental
Na antiguidade o conceito de doença mental estava ligado a explicações mágico religiosas, que atribuíam a uma força sobrenatural a origem dos transtornos mentais. Assim, a loucura era aceita como uma imposição divina, uma interferência dos deuses.
Desta forma o tratamento não poderia ser aplicado de maneira diferente. Este tinha como objetivo controlar, apaziguar ou expulsar “As forças demoníacas”.
Na Grécia antiga, mesmo que os distúrbios mentais fossem encarados ainda com origens sobrenaturais, procuro-se em causas somáticas a origem dos distúrbios mentais. Neste novo pensamento, a doença era causada pelo desequilíbrio interno originada por fluidos corporais. A melancolia, por exemplo, era descrita como um quadro de tristeza causado pela “Bílis Negra” do fígado.
Também neste modelo surge, pela primeira vez, a descrição da histeria, que curiosamente era atribuída ao deslocamento do útero (histero por falta de atividades sexuais), acreditava-se que se movendo pelo corpo o útero poderia atingir o cérebro, causando dispnéia, taquicardia e até desmaios. Recomendava-se então, como terapêutica, o casamento para viúvas e moças, além de banhos vaginais para atrair o útero de volta para o seu local de origem.
Ao contrario da concepção grega, Galeno, em Roma, afirmava que a retenção do liquido feminino pela abstinência sexual causava envenenamento do sangue originando convulsões.
Já na idade média, o conceito de doença mental que surgiu foi a de uma doutrina dos temperamentos, isto é, do estado de humor do paciente. ”Melancolia” era o termo utilizado com freqüência para descrever todos os tipos de enfermidades mentais.
São Thomas de Aquino descreveu a mania, a fúria patológica, a psicose orgânica, a perda da memória e a epilepsia, além de comentar sobre a melancolia. Mas Aquino acreditava que a causa e o tratamento da doença e mental dependiam fortemente da influencia dos astros sobre a psique e do poder maléfico dos demônios.
Desta forma, muitos portadores de alienações mentais encontraram a “Cura” pra seus males nas fogueiras e nos patíbulos de suplícios.
Excluídos do mundo, os enfermos mentais foram trancafiados nos porões das prisões juntamente com todos aqueles que por algum motivo não participavam de forma produtiva da sociedade. A semente dos manicômios havia sido plantada.